Dr. Getúlio promete abrir mão de privilégios caso seja eleito

Por Sandro Gianelli

O médico e candidato a deputado distrital Dr. Getúlio (Novo) foi entrevistado pelo Conectado ao Poder e comentou sobre sua atuação na área de saúde e suas propostas como candidato a distrital.

Como foi o processo para sua entrada no Novo?

Eu entrei no Novo em 2017. Procurava um partido que representava meus valores, como honestidade, liberdade, meritocracia, e que lutasse para a redução do peso do estado nas costas do cidadão. O Novo não apenas tem esses valores como não abre mão, de forma alguma, deles. Em 2018, pude coordenar o programa de saúde do candidato à governo do Novo Alexandre Guerra, que acabou não sendo eleito.

O que o motivou a sua candidatura a deputado distrital?

Até março desse ano, eu não pensava em me candidatar, resolvi participar do processo seletivo para ver como seria e acabei sendo aprovado. Após a aprovação, informei sobre a candidatura para amigos nas redes sociais. Esperava que houvesse um questionamento e a recepção foi exatamente a oposta. Muita gente me entusiasmou e contribuiu financeiramente com a campanha. Vi que seria uma candidatura viável e resolvi participar com toda a minha energia.

Já havia pensado em se candidatar em eleições anteriores?

Em 2018, eu quase me candidatei. Uma médica pediatra que trabalhava comigo sairia pelo Novo e eu vi que não faria sentido ter dois candidatos com exatamente a mesma pauta e o mesmo círculo de apoiadores. Infelizmente, no último dia de mudança de nominada, minha colega acabou indo para outro partido e, devido ao fato de estar coordenando a parte de saúde do candidato Alexandre Guerra, não tinha como fazer parte de uma campanha de outro partido.

Qual é o seu diferencial em relação aos demais candidatos?

Acredito que minha principal virtude é minha formação na área da saúde.

Como tem sido sua experiência na pré-candidatura?

Estar num partido que não usa fundo partidário e que não faz troca de favores é bem mais difícil do que o trabalho de partidos que usam o fundão. A gente acaba tendo que cuidar de tudo na campanha, porque você acaba não tendo tantos recursos que não os de doações de amigos. Partidos maiores tem uma estrutura de apoiadores que muitas vezes estão lá aguardando um cargo em alguma administração que foi prometido em troca de apoio. O Novo não concorda e não usa esse tipo de política. Quem nos apoia são cidadãos que trabalham e esperam um retorno dos impostos que são pagos, principalmente na área de saúde, educação e segurança, que são as prioridades do Novo.

Quais são suas principais bandeiras?

Meu foco é na área de saúde: aumento do número de unidades básicas de saúde, com expansão da estratégia de saúde de família, o retorno dos pediatras às unidades básicas de saúde, para dar suporte as unidades de medicina da família, cobrança por adoção de prontuário unificado do cidadão, para que o cidadão tenha acesso a todos os seus dados de saúde e que não precise ficar repetindo consultas, exames ou perdendo receitas que foram prescritas. Como pediatra, tenho uma preocupação especial com as crianças, pois essas precisam de creches, escolas, atendimento em saúde próximo de casa e locais seguros para a prática de atividade física.

Quais suas defesas para a Saúde?

O atendimento médico a criança e a gestante no DF, a integração da rede de saúde, como expansão da atenção primária e facilidade de acesso ao atendimento em saúde pelo cidadão de forma simplificada, de preferência pelo celular ou computador e aumento da transparência dos dados públicos em saúde: filas de consultas com especialistas, cirurgia, procedimentos, UTI.

Qual a expectativa do Partido Novo para a eleição de 2022?

Acredito que no melhor cenário, conseguimos eleger dois distritais e talvez um federal, dependendo de como for a campanha do ex-candidato a senador pelo Novo, Paulo Roque. O Paulo Roque teve mais de 202 mil votos em 2018 e agora como Federal, o desafio é conseguir manter parte desses votos para buscar uma vaga como federal. Em 2018, elegemos um distrital com uma nominata de primeira viagem. Agora, temos uma nominata mais unida e mais distribuída por diversas áreas de formação e por quase todas as satélites do Distrito Federal.

Caso seja eleito qual será sua primeira ação?

Abrir mão de todos os privilégios que tenho como deputado distrital: todos os tipos de auxílio (aluguel, transporte) e redução do número de assessores. É um compromisso firmado com o cidadão e com o partido para que a câmara legislativa seja muito mais barata.

Qual o grande desafio destas eleições?

Para um candidato de primeira viagem como eu, é se tornar conhecido. Sou conhecido no meio médico e também nas universidades que já dei aula, mas o desafio é sair um pouco desses círculos e atingir o cidadão comum, que depende mais dos serviços públicos. O tempo de campanha é curto e temos uma campanha enxuta e dependemos demais dos apoiadores para a divulgação entre familiares e amigos. A aceitação da campanha está boa, mas ainda precisamos alcançar mais gente para conseguir ser eleito.

Qual sua avaliação do Governo Bolsonaro em relação a saúde do país?

Ao governo federal, cabem as ações de coordenação e financiamento das ações de saúde que vão ser executadas pelos governos estaduais e municipais. A principal falha foi na coordenação das ações: mensagens confusas, muitas vezes com informações falsas, falta de capacidade de liderar uma resposta coordenada entre os estados. Nessa ausência de coordenação, os estados e municípios acabaram fazendo políticas próprias e fragmentadas. As principais virtudes foram o aumento na informatização, a criação do prontuário do cidadão, mas que ainda é pouco aproveitado pelo cidadão. O embrião de uma carreira de estado para o SUS também foi uma proposta interessante, mas que ainda não foi implementada em sua totalidade, o que faz com que o cidadão ainda não perceba melhorias no acesso a serviços de saúde próximo de casa.

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