Hillary cogita nomear Bill Clinton como conselheiro em seu governo

20160517000428682312oCom a pré-campanha presidencial de Hillary Clinton cada vez mais voltada para a eleição de novembro, o papel do ex-presidente Bill Clinton em um possível governo da ex-primeira-dama voltou ao debate. Embora tenha ter descartado a ideia de convocar o marido para o gabinete, Hillary aproveitou um comício em Kentucky — estado que tem primárias partidárias hoje, assim como Oregon — para dizer que deixaria Bill encarregado de “revitalizar a economia” dos Estados Unidos.

Na tentativa de cativar o voto dos democratas do estado — reduto tradicional da oposição republicana, onde a exploração de carvão tem peso na economia e no jogo político —, Hillary prometeu trabalhar por um “futuro próspero” para as famílias da região e ressaltou a competência do marido na elaboração de políticas econômicas. “Vou colocá-lo no comando (da missão) de revitalizar a economia, pois ele sabe fazer isso”, discursou.

Após a declaração, ela negou que Bill Clinton seja cotado para chefiar alguma secretaria. Nick Merril, porta-voz da campanha, explicou à imprensa que o ex-presidente colaboraria com o possível governo da mulher com “muita criatividade e conhecimento”. Merril considerou “precipitado” falar sobre “qualquer tipo de formalização de papel para qualquer um” no hipotético gabinete da democrata. Caso Hillary seja eleita, a nomeação do marido para uma posição oficial no governo esbarraria em restrições legais para a indicação de parentes a cargos públicos.

Questionado sobre a influência do ex-presidente na política econômica da pré-candidata, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, recordou declarações de Bill e considerou que suas visões econômicas são “consistentes” com as do presidente Barack Obama.

“Primeiro-marido”

A ideia, porém, alimentou criticas sobre o retorno do ex-mandatário e a dependência de Hillary em relação ao marido. O cardeal republicano Newt Gingrich, ex-presidente da Câmara dos Deputados, considerou que não cabe ao ex-mandatário cuidar da economia. “Esse é o trabalho de Hillary se ela quiser ser presidente. Essa não é a função do primeiro-marido”, disparou, em entrevista à rede Fox Business.

Mesmo que Bill atue como uma espécie de conselheiro, seu papel na equipe da mulher e até a vida conjugal dos Clinton serão alvos da campanha de Donald Trump, virtual candidato da oposição republicana à Casa Branca. Segundo o jornal The New York Times, o empresário pretende abordar nos debates da campanha presidencial a infidelidade do ex-presidente — que sobreviveu a um processo de impeachment, em 1998, decorrente do caso extraconjugal que teve com a então estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky.

O plano de Trump é convencer os eleitores de que Hillary é corrupta e pouco confiável. O ataque ao consulado americano em Benghazi, que culminou na morte do embaixador Christopher Stevens, em 2012 — quando a democrata era secretária de Estado —, e o uso de seu e-mail pessoal para tratar de assuntos oficiais do Departamento de Estado são outros pontos críticos que o bilionário deve abordar.

Contra-ataque

Enquanto aliados de Hillary apontam misoginia nas críticas de Trump, a ex-secretária de Estado tem optado por destacar a ausência de propostas sólidas do adversário. “Vou criar empregos, e eles serão ótimos. Sei como fazê-lo, mas não vou contar para vocês”, ironizou Hillary, ao imaginar a possível resposta do concorrente sobre o tema.

Segundo média das sondagens eleitorais a nível nacional, calculada pelo site analítico Real Clear Politics, Hillary segue à frente de Trump, com 47,3% das intenções de voto contra 41,6%, em uma possível disputa entre os dois na eleição de novembro. Trump, no entanto, aposta na capacidade de atrair eleitores democratas em estados industriais, onde ele teve bom desempenho nas primárias republicanas e a ex-secretária enfrentou dificuldades na disputa interna com o senador Bernie Sanders.

Fonte: CorreioBraziliense

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