Da redação do Conectado ao Poder
Arrecadação federal bate R$ 2,65 trilhões em 2024, mas governo busca novas fontes de receita para cobrir déficit

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) intensifica a busca por mais arrecadação por meio do aumento de impostos, em meio a um cenário de déficit fiscal crescente. Apesar do discurso positivo do Ministério da Fazenda, liderado por Fernando Haddad, os números da arrecadação mostram um esforço contínuo do governo para cobrir os gastos públicos. Paralelamente, tenta-se suavizar o impacto político das medidas tributárias, diante da resistência do setor produtivo e da população.
O secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, defende que o crescimento da arrecadação reflete uma política econômica eficiente e a melhora do mercado de trabalho. No entanto, economistas alertam que elevar impostos sem um corte efetivo de despesas pode gerar efeitos adversos a longo prazo. O aumento da carga tributária, segundo especialistas, pode limitar o crescimento econômico e reduzir a competitividade do país, caso não seja acompanhado de uma gestão mais equilibrada dos gastos públicos.
Em 2024, a arrecadação federal somou R$ 2,652 trilhões, um avanço real de 9,62% sobre o ano anterior, já descontada a inflação. Somente em dezembro, foram recolhidos R$ 261,2 bilhões, representando um crescimento de 7,78% em relação ao mesmo período de 2023. O setor financeiro liderou as contribuições, seguido pelo comércio atacadista e pelo setor de combustíveis, que teve aumento significativo na arrecadação.
Embora o governo tente enfatizar uma abordagem mais orientadora e menos repressiva do Fisco, o impacto do aumento da carga tributária preocupa empresários e consumidores. O desafio da gestão federal é encontrar um equilíbrio entre a necessidade de arrecadar mais e a manutenção da credibilidade econômica, evitando que a pressão tributária comprometa o crescimento e a confiança do mercado.