Novo ministro do Turismo é réu no STF por falsidade ideológica

Max-beltraoBRASÍLIA — O Palácio do Planalto definiu nesta segunda-feira que o novo ministro do Turismo será o deputado Marx Beltrão (PMDB-AL), apadrinhado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O martelo foi batido pelo presidente interino Michel Temer hoje, e a nomeação deve ocorrer na quarta-feira, após jantar de Temer com Renan e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcado para a noite desta terça-feira. Na noite de domingo, Temer recebeu o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), que foi derrotado na disputa da presidência da Câmara.

A nomeação foi acertada depois que Temer anunciou que devolverá o comando de Furnas à bancada de Minas Gerais do PMDB. Os mineiros já haviam levado o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), mas ainda insistiam na ampliação do espaço no governo. Com isto, Temer conseguiu superar as resistências entre os seis deputados da bancada, que se sentiram preteridos na reforma ministerial e exigiam recompensas do Palácio do Planalto.

Outro motivo da demora para a nomeação de Marx Beltrão é sua ficha junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é réu em processo na Corte por falsidade ideológica. A denúncia é de que, quando foi prefeito de Coruripe (AL), Beltrão teria apresentado ao Ministério da Previdência Social comprovantes de repasse e recolhimento contendo informações falsas. Beltrão minimizou as acusações. Ainda assim, segundo auxiliares de Temer, Renan Calheiros continuou a pressionar pelo nome do aliado.

Havia uma dúvida no governo sobre o momento exato para a nomeação de Marx Beltrão para o cargo. Uma ala defendia que ela ocorresse somente após o impeachment, para evitar discordâncias internas no PMDB e também para que o governo tivesse certa margem de liberdade para eventuais novas composições após o processo. No entanto, outra ala, que deve prevalecer, acredita que o melhor é fazer desde já o gesto a Renan Calheiros, presidente da Casa onde ocorrerá o julgamento do impeachment de Dilma Rousseff no final de agosto.

Em junho, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) pediu demissão do cargo após novas revelações da delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Alves só sacramentou a demissão após receber a informação de que existem provas inéditas, desta vez documentais, contra ele, como antecipou o blog do jornalista Jorge Bastos Moreno, no site do GLOBO. Segundo integrantes da cúpula do governo e do PMDB, Alves teria sido informado sobre a descoberta de um depósito de empreiteira em uma conta sua na Suíça. Ele foi o terceiro ministro nomeado pelo presidente interino a deixar o cargo.

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