Por Sandro Gianelli
Recorde de insatisfação
Nas eleições de 2018 vivemos um momento ímpar de insatisfação do eleitor com índices recordes em desfavor ao atual sistema político. Os atuais representantes possuem baixas avaliações, fato que se mistura entre os que realmente fizeram maus mandatos e os que apenas entram no bolo pelo momento político vivido pelo país.
Espaço para o antipolítico
Essa avaliação se confirma com o aumento dos índices de votos brancos e nulos que são vistos em praticamente todas as pesquisas eleitorais realizadas pelo país a fora. As intenções de votos medidas pelos institutos de pesquisa mostram que o novo, o antipolítico, tende a vencer a narrativa de políticos que demonstram experiência e segurança para que o eleitor deposite seu voto de confiança na urna.

Pesquisas comprovam
A intenção de votos alcançada por pré-candidatos como Jair Bolsonaro (PSL) e Joaquim Barbosa (PSB) comprova que o eleitor pretende apostar no novo na política. Sai a experiência e entra em cena a inexperiência em relação ao atual sistema político que para o eleitor é falido.
O Mito
Apesar de ser parlamentar há muitos anos, Bolsonaro representa a negação do atual sistema político o que o credencia, na cabeça do eleitor, como um candidato novo e diferenciado dos que aí estão.

Caçador de político
O não envolvimento de Joaquim Barbosa na política, por si só, o põe na qualidade de representante desse desejo do eleitorado. Sua falta de experiência na política em nada tem pesado na decisão do eleitor.
Pesquisa Datafolha
Essa tendência pode ser confirmada na última pesquisa Datafolha, realizada entre os dias 11 e 13 de abril com 4.194 entrevistados, em 227 municípios, e que está registrada no TSE sob número BR-08510/2018. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.

Propaganda antecipada
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deverá ficar mais rigoroso no que diz respeito a avaliação de suspeitas de propaganda antecipada. Além do pedido expresso de votos, haverá uma interpretação mais aprofundada dentro de um contexto em que as mensagens são veiculadas.
Propaganda extemporânea
Recentemente, o TSE determinou a retirada de outdoor com mensagem de apoio ao pré-candidato à presidência, Jair Bolsonaro. O Tribunal entendeu que além da divulgação em outdoor ser proibida durante a campanha, a mensagem de apoio, dependendo do contexto, pode induzir à pratica de propaganda eleitoral extemporânea. Outro entendimento é que, o que não pode na campanha, não deve ser permitido na pré-campanha.

Vaquinha virtual
A partir do dia 15 de maio estará permitido a arrecadação de dinheiro para as campanhas pelos pré-candidatos. É o crowdfunding ou vaquinha virtual. A nova pratica tende a beneficiar partidos e candidatos que possuam militância ou a defesa de uma causa que engaje as doações.
Registro da candidatura
A vaquinha virtual é bancada por meio de doações de pessoas físicas. Existem várias opções de doação como cartão de crédito, cheque, boleto ou transferência bancária. E caso o pré-candidato desista da disputa, os recursos arrecadados serão devolvidos. Em resumo, os recursos só poderão ser utilizados após o registro da candidatura.
Lançamento de candidatura
Tento como estratégia a arrecadação de fundos para a campanha do pré-candidato à presidência Joaquim Barbosa, o PSB nacional, deverá lançar oficialmente sua candidatura no dia 15 de maio.
Pré-campanha
Hoje não existe uma data oficial para iniciar a pré-campanha. Oficialmente a campanha se inicia no dia 16 de agosto. Quem estiver pensando em fazer campanha, somente, nos 45 dias que a legislação permite, tende a fracassar nas urnas. A dica para quem pretende se eleger é dar início aos trabalhos ainda na pré-campanha.
Campanha informal
A legislação não oficializa a pré-campanha, mas a data do dia 15 de maio, marcada pela oficialização do recebimento de doações, deve ser tratada, mesmo que informal, como o início da pré-campanha. Desta forma, ao invés de 45 dias de campanha, o pré-candidato terá, somente na pré-campanha, um adendo de 3 meses de trabalho.
* A Coluna é escrita por Sandro Gianelli e publicada de segunda a sexta no Portal Conectado ao Poder, no Jornal Alô Brasília e no Portal Alô Brasília