‘O país está um desgraça e os caras estão brigando por eleição’, diz deputado Luis Miranda

Em entrevista ao programa Conectado ao Poder da rádio Metrópoles, o parlamentar também disse que o governo de Jair Bolsonaro está muito parecido com os governos petistas e ressaltou ser contra a reeleição

O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) concedeu entrevista ao programa Conectado ao poder da rádio Metrópoles, neste domingo (15/8), para falar sobre os rumos de seu mandato e como tem sido estar no centro do debate, visto que o parlamentar ganhou repercussão nacional por seu irmão, o funcionário de carreira do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, ter denunciado um suposto esquema de compra de vacina para covid-19 que ocorreria de forma ilegal.

Após a denúncia do deputado, ele foi convidado, junto de seu irmão, para prestar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga a postura do governo em meio ao enfrentamento da pandemia. Como a denúncia de Luis Miranda envolvia diretamente o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) – e Miranda foi eleito no grupo político que apoiava o presidente – o deputado que antes era apoiado passou a ser oposição.

De lá para cá, o deputado tem uma posição de independência, até certo ponto. Como não se identifica com a ideologia da esquerda e por ainda não ter conseguido se enquadra no campo da direita – que está fechando com Bolsonaro – Luiz Mirando disse, logo no início de sua entrevista, que se o governo federal não agir para conter a inflação, logo, logo, o povo estará nas ruas, não pelos R$ 0,20 centavos que levou uma multidão às ruas do país no governo da ex-presidente Dilma Rousseff em 2013, mas pela alta dos produtos que já começa a correr quase todo o salário dos trabalhadores e das famílias brasileiras.

“Ou o presidente tem culhão para resolver ou o país fica nesta situação em que o poder de compra do funcionário público do Distrito Federal, por exemplo, só consegue comprar a metade do que comprova”, diz. “O país está uma desgraça e os caras estão brigando por eleição, por urna, por fundão de R$ 6 bi”, completa.

Para Miranda, um dos problemas do governo de Bolsonaro chama-se Paulo Guedes. O ministro da Economia, segundo o deputado, é “o pior ministro” da Fazenda que o país já teve. Segundo Miranda, que já morou nos Estados Unidos e sabe muito bem sobre a importância da cotação do dólar e da necessidade de mantê-lo a um nível baixo, o grande problema é que Paulo Guedes segurou “o dólar na alta” e esqueceu que “tudo neste país é dolarizado”.

Ao comentar sobre sua presença na CPI da Covid e do convite para que ele e o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, passem por uma acareação, marcada para esta quarta-feira (18), Miranda diz que não entende o motivo pelo qual os senadores querem que ele se encontre com Lorenzoni, já que eles nunca estiveram juntos antes para tratar de qualquer assunto. Diferente do presidente Bolsonaro, a quem Miranda foi junto de seu irmão, para mostrar as provas de que poderia estar havendo um esquema de corrupção na compra de vacinas.

“Eu não sei o que é acareação com alguém que eu nunca sentei para tratar do assunto. A CPI de certa forma tem uma expectativa que eu o desminta devido à invice [nota fiscal] e eu não vou fazer isso”, disse o deputado.

O encontro de Miranda com Bolsonaro causou um mal-estar no governo e fez com que grande parte dos apoiadores do presidente passe a atacar o deputado. “O que eu estou estranhando na população, é a defensa do governo, a população tem que defender o povo. A gente [ele e o irmão] virou vilão por falar a verdade”, afirma Miranda.

Agora, depois dos acontecimentos, Luis Miranda, eleito sobre a plataforma do combate à corrupção, se diz decepcionado com aqueles que, segundo ele, “só sabem lamber a bunda do presidente”. Para Miranda, essa postura dos eleitores de Bolsonaro é a mesma que adotada pelos governos do Partido dos Trabalhadores diante dos casos de corrupção no poder público. “As pessoas não veem porque Bolsonaro é um bom marqueteiro. Mas ele está agindo do mesmo modo que os petistas agiam quando eram acusados: ‘não sei’; ‘não sabia’. Por isso, como está tudo muito igual, eu não saberia mais dizer o que eu estou buscando”, afirmou o deputado que não descartou a possibilidade de concorrer às eleições em 2022.

Fonte: DF Soberano

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