Por Érica Ianuck

Em ano eleitoral, crescem os estudos sobre as redes sociais e o mundo digital no meio político. E também tem início torrentes de vídeos e conteúdos nem sempre bem-vindos ao eleitor. O Alô Brasília entrevistou Rodrigo Gadelha, eleito o melhor profissional de Social Media do Brasil em 2018, com experiência de mais de 20 anos com campanhas no Brasil e no mundo. Em 2014, Gadelha aceitou o desafio de trabalhar em uma campanha presidencial e abraçou um amigo chamado WhatsApp. Muitos não acreditavam no sucesso dele, que nem sempre é a vitória do candidato, mas a evolução e alcance do público-alvo obtido.
Este ano, o estrategista digital divide sua agenda entre São Paulo e Brasília. Recentemente, fez uma palestra no evento Marcha dos Vereadores 2018, em Brasília. Durante o acontecimento, ele explicou um pouco sobre o marketing político digital e o papel das redes sociais nas campanhas. Para Gadelha, o importante é arriscar. “Ou faço primeiro ou espero ser engolido”, disse no evento.
Alô Brasília – Esse é o ano do digital nas campanhas políticas do Brasil?
Rodrigo Gadelha: Sim, esse ano é o ano do digital. Porque temos um ponto crucial. Antigamente, nem todo mundo era conectado. Mas hoje, nós temos um smartphone por habitante. Imagine um país que tem um smartphone por habitante. Um número incontestável!
Alô Brasília – Quais os cuidados que o candidato deve ter com as redes sociais?
Rodrigo Gadelha: O que é feito hoje no digital é falar sem ouvir. Não tem como dar certo. A diferença do digital para os outros veículos é a troca. Antigamente na TV, o cara falava e você tinha que ouvir. Hoje, no mundo digital, você precisa deixar o outro falar. E ouvir para tentar conquistar o eleitor. Se você não conquistar, ele vai lá e produz um conteúdo contra você. Se você conquistar, ele produz um conteúdo a favor de você. É simples assim.
Alô Brasília – Como deve ser feita a abordagem nas redes sociais?
Rodrigo Gadelha: Na verdade, a gente precisa criar um relacionamento como um casamento. Se apresentar, e seguir as etapas. Não ir logo de uma vez. Para casar, você namora primeiro, fica noivo, vai conhecendo mais, para, no final, casar. A primeira coisa é perguntar se você pode começar a falar por WhatsApp. Depois você vai aprendendo aos poucos, qual assunto a pessoa gosta. É educação? É segurança pública? Não é simplesmente pegar dados, é conhecer.
Alô Brasília – Qual o papel das ferramentas de monitoramento em uma campanha?
Rodrigo Gadelha: O papel da inteligência de dados e monitoramento é essencial. Esse é o melhor caminho para conhecer os anseios do eleitor, o que ele pensa e como criar um relacionamento. Engajamento é primordial.
Fonte: Alô Brasília