Pantanal e Cerrado registram maior número de incêndios desde 1988

Da redação do Conecado ao Poder

De janeiro a junho de 2024, o Pantanal e o Cerrado enfrentam a pior devastação por queimadas em mais de três décadas, segundo dados do Inpe.

O aumento alarmante de queimadas no Pantanal e Cerrado

O Pantanal e o Cerrado brasileiros estão sofrendo com a maior quantidade de incêndios registrada em um primeiro semestre desde 1988, quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) começou a monitorar as queimadas no país. Entre 1º de janeiro e o último domingo, foram identificados 3.262 focos de incêndio no Pantanal, número 22 vezes maior que o registrado no mesmo período do ano passado. No Cerrado, foram 12.097 focos desde o início do ano, representando um aumento de 32% em relação a 2023. Grande parte dessas áreas afetadas, 53%, está na região de Matopiba — principal fronteira agrícola do Brasil, abrangendo os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

Na Amazônia, a situação também é preocupante. Após dois anos de redução nas queimadas, o Inpe detectou 12.696 focos desde janeiro, uma alta de 76% em um ano.

Medidas emergenciais no Mato Grosso do Sul

Em resposta a essa crise, o governo do Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência. O decreto, válido por 180 dias, visa agilizar a resposta das autoridades, sob coordenação da Defesa Civil, e dispensa licitações para trabalhos, obras e aquisições de equipamentos. Brigadistas e bombeiros poderão entrar em propriedades privadas para prestar socorro e determinar evacuações. Até o último domingo, 480 mil hectares do bioma foram queimados no estado, além de outros 148 mil em Mato Grosso, conforme dados da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Reunião de emergência no governo federal

Ministros do governo Lula se reuniram ontem no Palácio do Planalto para planejar ações de combate aos incêndios. O governo estuda ampliar os recursos para essa finalidade. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, garantiu que “não faltarão recursos do governo federal, é claro que com responsabilidade e analisando caso a caso”. Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, descreveu a situação como “uma das piores já vistas” e atribuiu os incêndios à ação humana: “não tem incêndio por raio, o que está acontecendo é incêndio por ação humana”.

Na próxima reunião, ainda esta semana, os ministérios do Planejamento, Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional apresentarão os custos necessários para tomar a primeira deliberação na Junta de Execução Orçamentária.

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