Movimento não tem prazo para acabar; greve atinge todas as delegacias. Categoria pede nomeação de concursados e definição para transferências.
Policiais civis do Distrito Federal entraram em greve nesta terça-feira (1º) para cobrar equiparação com agentes federais e nomeação de mais de 400 aprovados no último concurso da categoria. De acordo com o sindicato, as delegacias vão funcionar com 70% do efetivo. O movimento não tem prazo para acabar. Só serão registrados flagrantes e crimes considerados graves, como homicídio e estupro.
Os policiais também pedem que critérios para transferências internas dentro da própria carreira sejam melhor definidos. O G1 procurou a Polícia Civil e o GDF, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem.
Para o presidente do sindicato, Rodrigo Franco, a “regra não é clara” sobre as remoções. “Alguns são transferidos porque acabam se indispondo com as chefias e saem de onde trabalham por critérios subjetivos. Isso acaba atrasando as investigações que estão com o policial e também modifica a própria rotina pessoal dele”, disse. “O policial é funcionário da instituição, não do chefe.”
Franco afirmou que a categoria está aberta ao diálogo com o governador Rodrigo Rollemberg. Ele diz que 32 carreiras foram reestruturadas nos últimos três anos só no DF, mas que a de policiais civis ficou de fora.
“A categoria está muito insatisfeita. Nossa última reestruturação foi em 2006. Estamos prejuízo salarial de 50%”, afirmou. “A crise pegou o governo federal, o Distrito Federal, mas os trabalhadores também.”
Dados da Polícia Civil apontam que a corporação tem um déficit de 47% no efetivo e que nem mesmo a convocação de todos os aprovados no último concurso e a contratação do previsto nos certames em andamento atenderiam à demanda. A instituição conta atualmente com 4,7 mil membros, quando o estipulado em 2013 pela Presidência da República, que repassa verba à segurança pública do DF por meio do Fundo Constitucional, deveria ser 8.969 servidores.
O número também é menor do que o preconizado por lei distrital de 1993, que determinava em 5.940 o número de servidores naquele ano para atender a população de então 1,6 milhão de habitantes.
Fonte: G1