Preço do combustível volta a subir e pega motorista de surpresa

20160322000234618481eMenos de 48 horas depois de a Superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) escolher o interventor da Rede Cascol — maior companhia do mercado de Brasília, dona de quase 30% dos postos —, os preços do combustível voltaram a subir no Distrito Federal (DF). Até a última sexta-feira, o valor do litro da gasolina comum estava em R$ 3,88. O motorista que precisou abastecer no fim de semana, porém, encontrou as bombas com o reajuste de R$ 0,02. A promotoria de Defesa do Consumidor do Ministério Público do DF e Territórios afirmou que analisará o aumento. Há aproximadamente dois meses, o MPDFT assinou Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Cascol, no qual limitava o lucro em 15,87%, de acordo com o preço de compra do produto.

Wladimir Eustáquio Costa foi escolhido no último dia 17 como o administrador provisório para a execução da medida preventiva contra a Rede Cascol. Ele foi diretor regional da Chevron Texaco em várias cidades brasileiras e também atuou como diretor de marketing da empresa. Wladimir e a Cascol terão que apresentar ao Cade uma minuta de contrato, que será assinado em 12 de abril. O administrador vai comandar os postos da Cascol durante um prazo de 180 dias. Segundo o Cade, há indícios de que a Cascol comanda um cartel no mercado de combustíveis do DF (leia Entenda o caso). No entanto, o aumento foi verificado em postos que não são da rede. A reportagem percorreu o Plano Piloto e constatou a diferença de preço em pelo menos 24 estabelecimentos.

Ontem, o consumidor encontrou a gasolina comum por até R$ 3,90, com pouca variação de preço. O campeão na diferença de valores é o diesel, com litro disponível entre R$ 2,95 e R$ 3,49 (veja quadro). O morador de Santa Maria José Santana, 40 anos, trabalha para um escritório de advocacia em Brasília e usa o carro para os deslocamentos diários, o que resulta em um peso nas finanças: mensalmente, ele desembolsa cerca de R$ 500 apenas com gasolina. “Depois da polêmica com os postos, esperava que o valor diminuísse, o que não aconteceu de maneira nenhuma”, diz, referindo-se à operação da Polícia Federal contra o cartel dos combustíveis no DF e Entorno, em novembro do ano passado. “Cheguei a comprar por dois ou três centavos mais barato, mas isso durou pouco. Os preços logo voltaram a subir — e muito. É um absurdo”, reclama.

José Marcelino, 56, é motorista particular e gasta, semanalmente, R$ 150 com gasolina. Ele costuma abastecer sempre no mesmo posto, na Asa Sul, do qual conta que é cliente fiel por conta dos preços, segundo ele, mais baixos que em outros da vizinhança. “No fim do ano passado, tive expectativa de que os preços melhorassem, mas, mesmo quando houve diminuição, foi muito pequena. Só abasteço no mesmo lugar, onde, por sinal, o valor abaixou esta semana. Eu pagava R$ 3,86 e, agora, o preço está um centavo menor.”

Fonte: Correio Braziliense

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