Dando sequência à série de pequenas entrevistas feitas pelo Jornal Opção com os novos prefeitos do Entorno, nesta edição conversamos com o prefeito de Alexânia, Ronaldo Queiroz, do PMDB. Ele resumiu, logo no início da conversa, a situação do município: “Nunca imaginei que um gestor público tivesse a capacidade de destruir uma cidade em apenas quatro anos”.
Ronaldo disse que máquinas e a frota de veículos da prefeitura estão totalmente inoperantes. Soma-se ao caos nos equipamentos públicos, dívidas com fornecedores, ruas esburacadas, estrutura administrativa sem condições de funcionar e muito lixo nas ruas, “mas vamos colocar a casa em ordem. Foi para isso que o povo nos elegeu”. Confira a entrevista:
A maioria dos prefeitos encontraram os municípios em situação de penúria, com máquinas sucateadas, frota parada por falta de peças, cofre no zero e com o cadastro junto aos órgãos federal e estadual negativados. Como o senhor pretende superar este caos e atender às crescentes demandas da população?
Recebi a prefeitura em um estado de penúria. Nunca imaginei que um gestor público tivesse a capacidade de destruir uma cidade em apenas quatro anos. Soma-se a tudo que você citou na sua pergunta o salário atrasado do funcionalismo, prédios públicos destruídos, obras paralisadas e todas elas com suspeita de superfaturamento e desvios de recursos. Para você ter uma ideia, encontramos um contrato com uma procuração da empresa que venceu o processo licitatório, autorizando o secretário da pasta a concluir a obra. Um verdadeiro absurdo!
O sr. pretende fazer caça às bruxas com a gestão anterior?
O povo não me elegeu para este fim e sim para reconstruir a nossa cidade. E este é o meu principal objetivo. Entretanto, todas as irregularidades e desvios éticos, serão devidamente apurados e encaminhados aos órgãos competentes para que tomem as providências cabíveis. Adianto que existem sérios e fortíssimos indícios de que o governo anterior teve como regra a prática da corrupção. Considero uma covardia o que fizeram com os servidores públicos. O dinheiro da folha foi usado, no apagar das luzes, para pagamento de peças de veículos e material elétrico. E o interessante é que não encontramos nenhum veículo em condições de uso e as ruas às escuras. Lamentável!
Mesmo com sua experiência em gestão pública, pois esta é a segunda vez que o sr. é eleito prefeito, como alocar recursos para dar respostas rápidas à população?
Administração pública não tem segredos. É só não gastar além do que se arrecada. Vamos fazer um governo austero, cortando despesas supérfluas, economizando nas contratações, não permitindo nenhum desvio ético de quem quer que seja. Vamos cobrar dos nossos colaboradores muita criatividade, seriedade e resultado nas suas ações. Quem se encaixar nesse perfil continua no governo, caso contrário, vão ser convidados a sair. Agora, neste início de governo, minha prioridade será o pagamento da folha e a limpeza da cidade. Estamos preparando um grande mutirão de limpeza para os próximos dias. Paralelamente, reorganizaremos a saúde e a educação.
Alexânia está em franco desenvolvimento econômico e social e o sr. é tido como um homem republicano, hábil na negociação política e também com trânsito junto a várias lideranças partidárias, mas em Goiás, o seu PMDB faz oposição ao governador Marconi Perillo (PSDB). Como vai ser a sua relação com o governo?
Não vejo nenhum problema. Não se trata do prefeito Ronaldo e do governador Marconi Perillo. Trata-se do prefeito de Alexânia e do governador de Goiás. Uma parceria entre nossos governos será fundamental para o povo e, pelo que conheço do governador, Alexânia não será discriminada por ter um prefeito no PMDB. Marconi tem mantido boas relações com outros prefeitos de oposição, inclusive o de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela.
Mesmo que seu partido não o tenha ajudado na sua eleição, o sr. foi o único prefeito peemedebista eleito no Entorno. Os lideres do PMDB já o procuraram para conversar sobre apoios à sua gestão?
Ainda não, mas não podemos ficar parados esperando a ajuda chegar. Se for preciso, vamos procurar os deputados federais do partido em Brasília para pedir essa ajuda ao governo federal. Em Goiás, o PMDB está fora do governo e não tem como nos ajudar.
Fonte: Jornal Opção