Presidente do Banco de Brasília (BRB) fala da vocação da instituição para atender trabalhadores

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O presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, disse ontem que a instituição financeira conseguiu manter a concessão de créditos em nível semelhante à fase pré-pandemia. Em entrevista ao CB.Poder — parceria entre o Correio e a TV Brasília —, Costa comemorou os resultados no processo de liberação de recursos para pessoas físicas e jurídicas. Segundo o dirigente, 75% dos clientes que solicitaram novas linhas de crédito ou a renegociação de antigas contaram com aporte bancário.

O que o BRB tem feito para minimizar o estrago da pandemia da covid-19 no DF?
Atuamos, essencialmente, em três frentes. A primeira delas é de proteção à saúde: cuidando dos nossos empregados e dos nossos clientes; usando muito teletrabalho; colocando 70% da nossa equipe e dos grupos de risco em casa; cuidando da limpeza dos ambientes; reorganizando os turnos de trabalho; e fortalecendo os canais digitais. Além disso, doamos 150 bombas de infusão e monitores para equipar as unidades de saúde do DF e mais de 1,5 milhão máscaras. Outra frente é o que chamamos de proteção social. Atuamos junto ao GDF e implantamos sete programas sociais neste período, beneficiando, aproximadamente, 35 mil famílias. A terceira frente é a que mais somos demandados no dia a dia: a frente da economia. Lançamos um programa chamado Supera DF, que tinha o objetivo de liberar R$ 1 bilhão em crédito, e, entre 10 de março e 30 de junho, chegamos a liberar R$ 2,7 bilhões em crédito.

São linhas especiais para capital de giro, para esse processo de enxugamento de quadro…
São várias linhas. Na pessoa jurídica, linhas direcionadas a capital de giro, principalmente para que as empresas pudessem passar por esse período mais crítico; uma linha de investimento, para as empresas da saúde, que têm sido mais demandadas; e também criamos linhas específicas para pessoas físicas. Crédito pessoal — seja para o setor público ou privado —, consignado com taxas diferenciadas. Outra coisa importante foi a suspensão do pagamento de parcelas. Permitimos que todos os clientes que estivessem em dia até 17 de março pudessem adotar uma pausa no pagamento dos contratos.

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Isso para todas as operações?
Todas as operações de crédito. Desde renegociação, refinanciamento, crédito imobiliário. Fomos o único banco do país a possibilitar isso também para o crédito consignado. Uma boa notícia que temos para trazer hoje é que estamos revendo o Supera DF e ampliando a validade dele até 30 de setembro.

Isso significa mais dinheiro à disposição das pessoas e das empresas?
Essencialmente isso. As condições originais que tínhamos estão mantidas até 30 de setembro, e, agora, com uma grande novidade. O governador Ibaneis Rocha (MDB) sancionou o Procred (Programa Emergencial de Crédito Empresarial do DF), em que criamos um fundo garantidor específico para o Distrito Federal. Ele vai permitir que, nesse Supera 2.0, como temos chamado, tenhamos condição de atender mais empresas. Fomos procurados por 7 mil empresas neste período. Conseguimos aprovar linhas de crédito novas ou renegociar as antigas para, aproximadamente, 3,5 mil empresas. E foram 29 mil pessoas que também conseguiram novas linhas de crédito ou renegociação das linhas antigas.

Esse fundo vai cobrir uma eventual inadimplência por parte das empresas?
Esse é o papel do fundo, prover garantias para quem não tem condição de oferecer. Isso vai permitir que ampliemos o leque de empresas atendidas. Uma coisa curiosa no nosso dia a dia é que, aproximadamente, 90% das empresas atendidas eram mini, micro, MEI (microempresário individual) e pequenas empresas. No BRB, conseguimos atender uma quantidade importante de empresas de menor porte. Aproximadamente, 75% de todos os clientes que nos procuraram conseguiram crédito durante a pandemia.

Dos setores que têm procurado vocês, quais segmentos da economia estão demandando mais crédito neste momento?
Temos dois grandes focos. O primeiro deles é o setor de eventos e restaurantes. Foram quem mais nos demandou nesse período e, portanto, em quantidade, foi quem mais conseguiu. O setor de academias e profissionais da área de condicionamento físico também. Do ponto de vista de volume, o setor da construção civil, que continua indo muito bem, sentiu um impacto inicial, mas se recuperou e, hoje, tem níveis de venda comparados a períodos anteriores à crise.

Podemos interpretar que a perspectiva de privatização do BRB está se afastando?
Esse é um compromisso assumido pelo governador Ibaneis Rocha e por mim quando tomamos posse. Acreditamos que um banco público é uma ferramenta de desenvolvimento social, econômico e humano muito poderosa. Poucos bancos estaduais permaneceram. Praticamente cinco. Foram 33 no início da década de 1990. Então, esse tema pode, sim, ser afastado. O banco bem gerenciado, com uma definição clara de estratégia tem um impacto muito positivo na região em que atua. O BRB está crescendo a carteira de crédito a 35%, contra uma média de 8% no DF e de 9% na concorrência no Brasil. Uma velocidade quase cinco vezes maior à da concorrência, cumprindo nossa missão.

Por Hudson Cunha
Fonte: 84 Notícias

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