Quem vai para a Rede Sustentabilidade?

20150331103159A Rede Sustentabilidade, grupo organizado pela ex-senadora Marina Silva, está prestes a se tornar um partido, de fato. E, com as últimas providências para encaminhar as assinaturas que faltam ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), já se articulam nos estados em “elos”. No DF, são esperados pelo menos dois deputados distritais — Chico Leite (PT) e Joe Valle (PDT) —  na sigla, mas até agora ninguém fala nisso oficialmente.

O senador Reguffe (PDT) já foi um dos nomes certos para compor os quadros do partido de Marina, mas, ultimamente, é tido como filiação duvidosa. Apesar de figurar entre os fundadores da Rede, ele diz que, em princípio, permanecerá no PDT.

Chico Leite e Joe Valle não comentaram sobre as prováveis filiações, mesmo com as conversas que já  estariam adiantadas. “Tem conversas sendo feitas, mas conversas muito reservadas, porque esse tipo de anúncio só é feito quando a coisa está pronta para acontecer”, admite o secretário de Meio Ambiente do DF, André Lima, que já foi porta-voz da Rede e é um dos principais articuladores da criação do partido na capital federal.

O foco do “elo distrital”, no momento, ele diz, é coletar e encaminhar as assinaturas que faltam para conseguir o registro formal  no TSE – no fim de semana, o grupo anunciou que, até o fim de abril, mais de 80 mil  assinaturas estarão na Justiça Eleitoral. “A ideia é que, até maio, já tenhamos uma resposta positiva”, acredita Lima.

 Expectativa

A expectativa é grande, diz o secretário,  para saber quem realmente filiará. Até mesmo dentro da Rede, que ainda não tem certeza de quem estará realmente junto, quando a legenda for, enfim, formalizada. “As  pessoas querem  uma definição mais clara de quem são as figuras políticas interessadas em vir para a Rede”, conclui.

Assinaturas

Em 2013, Marina Silva e seu grupo político tentaram registrar a Rede, mas foram impedidos pelo TSE, por não terem atingido o número mínimo de assinaturas exigido pela legislação. Faltaram quase 50 mil assinaturas das 492 mil exigidas. Na época, os advogados da Rede tentaram, em vão, que os ministros considerassem as 95 mil assinaturas rejeitadas pelos cartórios eleitorais.

Agora, para garantir, prometem enviar 80 mil assinaturas até o fim do próximo mês.

Não é tempo de definição
Além de coletar assinaturas, a Rede tem focado em debates sobre conjuntura política. Palavras de João Suender, porta-voz do grupo político no Distrito Federal. “Houve alguns diálogos com parlamentares, mas hoje não há nada definitivo ou conclusivo dessas conversas”, garante.
O foco nos debates e nas assinaturas tem tomado tempo dos articuladores, ele diz. “Não estamos tendo condições de reunir com parlamentares que demonstraram interesse inicial pela Rede”, explica.
 Nomes, como o de Chico Leite, Joe Valle e Reguffe, por exemplo, figuram entre os fundadores. “Essas conversas estão em stand by”, garante.
 
Identidade
A falta de identidade política tem sido a alegação de alguns “fundadores” que ainda não se decidiram. Para Suender, os verdadeiros membros não duvidam das propostas da Rede, que não será nem de esquerda, nem de direita, já que, para ele, esta bipolaridade está ultrapassada.
“Tanto  o desenvolvimento da esquerda quanto da direita sempre é fundamentado pelo desenvolvimento materialista. A Rede quer o desenvolvimento sustentável em todas as esferas. Quem está na Rede compreende essa ideia, isso é consenso”, explica.
Por outro lado, há quem garanta que há duas alas dentro do grupo de Marina: a que defende uma nova política e a radical, que quer que a legenda seja a “esquerda da esquerda”.
Cidadania
Para André Lima, que continua fazendo parte do “elo distrital” da Rede, ainda que menos envolvido, por conta do cargo no primeiro escalão governo Rollemberg, a posição do grupo é muito clara: “A gente quer  fortalecer a cidadania. E isso nos coloca à frente do debate político que está aí acontecendo”.
Saiba mais
Detentores de mandatos eletivos só podem mudar de partido como fundadores de legenda, segundo a legislação.
O TSE estabeleceu prazo de 30 dias, a partir do registro formal do  partido, para que donos de mandato façam a troca de legenda sem perder o cargo. Depois desse prazo, podem ser enquadrados na regra de infidelidade partidária.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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