A declaração foi dada nesta quinta-feira (25/8), no Palácio do Buriti, durante lançamento do programa Brasília Vida Segura, com medidas de prevenção de doenças e acidentes de trânsito, ao comentar o conteúdo dos depoimentos dos distritais investigados pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) prestados à polícia.
Os depoimentos foram colhidos por policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Decap) e integrantes do Grupo de Atuação Especial de Combate aos Crimes Organizados (Gaeco) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), na terça-feira (23).
Como exemplo de que essa seria uma prática recorrente do GDF, Julio César informou que, no dia anterior ao seu depoimento, teve uma reunião com o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e que um dos assuntos foi justamente a questão das emendas parlamentares. Ele disse que o governador voltou a pedir que as emendas se destinassem à saúde.
Gravações
A investigação começou após a divulgação dos áudios gravados pela deputada Liliane Roriz (PTB). Nos grampos, o ex-secretário-geral da Câmara Legislativa Valério Neves sugere que Júlio César e Bispo Renato Andrade (PR) teriam cobrado do empresário Afonso Assad, da Associação Brasiliense de Construtores (Asbraco), um percentual para a liberação de emenda do interesse de Assad. Segundo é possível supor a partir das conversas grampeadas, como o empresário não aceitou participar do esquema, os deputados teriam se mobilizado para alterar a destinação da emenda, desta vez para o pagamento de empresas ligadas à saúde.
Nesse contexto, surge Cristiano Araújo, que teria, segundo os áudios, “arrumado a parceria com as UTIs” em um esquema no qual os deputados destinariam as sobras orçamentárias da Câmara. O valor, R$ 31 milhões, seria destinado a empresas ligadas à saúde, com o compromisso de que elas retornassem aos parlamentares envolvidos um percentual entre 5% e 10% da verba liberada.
Fonte: Metrópoles