A longa espera na fila por procedimentos cirúrgicos na rede pública de saúde é um problema antigo. Às vezes, o tempo de espera agrava ainda mais o estado de muitos pacientes. Esse é caso da empregada doméstica Josefina Flora da Silva, de 51 anos. A sugestão foi enviada ao JBr. via WhatsApp.
Ela foi diagnosticada com pedras na vesícula biliar há sete anos, mas, somente no ano passado, após sentir crise e ficar internada no Hospital Regional do Paranoá (HRPa), recebeu encaminhamento para colocar o nome na fila de espera pela cirurgia.
“Fui ao posto de saúde, deixei o encaminhamento e disseram para aguardar. Fiz os exames, inclusive, alguns na rede privada. Mas tive que repeti-los porque passou mais de seis meses e não me chamaram. Estou com medo de vencerem de novo e eu não ser chamada”, disse.
Segundo Josefina, ela fez nova consulta no mês passado e o médico confirmou que seu caso é urgente, pois surgiram alguns pequenos tumores cancerígenos que precisam ser retirados o quanto antes. A família de Josefina está preocupada, pois ela sente crises de vômito e azia com frequência.
Medo de piora no quadro
“Eu não sei o que fazer. Estou com todos os exames prontos. Só falta me chamarem. O meu médico disse que o meu caso é prioridade, mas, continuo esperando. Tenho medo de esses tumores evoluírem e eu ter que fazer tratamento com quimioterapia”, contou.
Em busca de resposta, a empregada foi ao HRPa na última segunda-feira para saber o motivo da demora. “Me falaram que meu nome está na lista e que não vão demorar para me chamar, mas o problema agora é que faltam anestesistas”, explicou. Segundo ela, os servidores alegaram que ela não pode ser transferida para realizar o procedimento em outra unidade porque seu nome está na lista do HRPa.
Faltam especialistas na rede pública
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde informou que, atualmente, a rede pública conta com 273 anestesiologistas, sendo 17 lotados no Hospital Regional do Paranoá.
Entretanto, de acordo com a direção da unidade, houve uma redução inesperada de profissionais da especialidade, pois um profissional faleceu e outro se aposentou, e outros não foram chamados para suprir a carência.
Reorganização
A pasta esclareceu que está adotando medidas para reorganizar e recompor o quadro de anestesiologistas o mais rápido possível. Segundo o órgão, dos 40 anestesiologistas nomeados no último concurso, em 2014, apenas 14 se apresentaram.
A pasta informou ainda que a paciente está inserida na regulação de cirurgias da rede pública e esclareceu que o procedimento cirúrgico de Josefina é eletivo, ou seja, os pacientes são atendidos com horário marcado, de acordo com a classificação de risco.