TSE: PF nunca citou risco de fraude nas urnas eletrônicas

Órgão rebateu fala de Bolsonaro, que acusou o TSE de esconder um ataque hacker em 2018, no período das eleições

Mulher vota durante eleições muncipais em seção eleitoral no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro REUTERS/Ricardo Moraes

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) esclareceu, em nota divulgada nesta quinta-feira, que o ataque hacker ocorrido no início de 2018 não trouxe qualquer riscos às eleições daquele ano e que a Polícia Federal, que investigou o caso a pedido do próprio tribunal, nunca comunicou qualquer indicativo de risco de fraudes no sistema.

“O acesso indevido, objeto de investigação, não representou qualquer risco à integridade das eleições de 2018. Isso porque o código-fonte dos programas utilizados passa por sucessivas verificações e testes, aptos a identificar qualquer alteração ou manipulação. Nada de anormal ocorreu”, diz a nota do tribunal.

Em entrevista a rádio Jovem Pan, na noite de quarta-feira, Bolsonaro acusou o TSE de esconder o ataque e usou o fato de o hacker ter supostamente chegado ao código fonte das urnas eletrônicas como justificativa para declarar que votos poderiam ser adulterados.

De acordo com o TSE, o código fonte é acessível a partidos, à Polícia Federal, ao Ministério Público e a entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) 180 dias antes das eleições para que seja fiscalizado. Antes do pleito, o código é assinado e lacrado, não sendo mais acessível a ninguém.

O TSE lembrou, ainda, que as urnas eletrônicas jamais são colocadas em rede, o que impede que sejam acessadas remotamente, como alegam os defensores das teorias contrárias às urnas.

“Cabe reiterar que as urnas eletrônicas jamais entram em rede. Por não serem conectadas à internet, não são passíveis de acesso remoto, o que impede qualquer tipo de interferência externa no processo de votação e de apuração. Por essa razão, é possível afirmar, com margem de certeza, que a invasão investigada não teve qualquer impacto sobre o resultado das eleições”, diz o texto.

A investigação da Polícia Federal corre em sigilo, mas foi apresentada por Bolsonaro na noite de quarta e sua íntegra, publicada por ele nas redes sociais. Não há, no inquérito, qualquer conclusão que sugira risco de adulteração das urnas, ao contrário do que disse o presidente.

De acordo com o TSE, a PF também não comunicou o tribunal de nenhum risco desse tipo.

“O próprio TSE encaminhou à Polícia Federal as informações necessárias à apuração dos fatos e prestou as informações disponíveis. A investigação corre de forma sigilosa e nunca se comunicou ao TSE qualquer elemento indicativo de fraude”, diz a nota.

Fonte: Terra

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