Após críticas de Arthur Chioro, o governo local deve anunciar hoje o plano de combate às superbactérias. O Ministério Público do DF apura o que favoreceu o aumento dos casos na capital federal.
O plano distrital de enfrentamento à resistência bacteriana prometido para ontem pela Secretaria de Saúde será anunciado apenas hoje. O anúncio foi feito pelo GDF após críticas do ministro da Saúde, Arthur Chioro, que, durante um evento no Rio de Janeiro, cobrou explicações. “O plano já havia sido solicitado desde abril. Houve um compromisso do secretário e com a equipe de apresentar as medidas ao Ministério da Saúde e à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ainda hoje (ontem)”, reclamou. A Anvisa notificou o governo local pelo menos três vezes. A primeira reunião entre os órgãos ocorreu em 20 de abril, quando se apontou que a escala de multiplicação desses micro-organismos é ascendente no DF desde 2010.
Ontem à noite, a Secretaria de Saúde esclareceu que o plano “está em fase de conclusão”, apesar de prever a divulgação para hoje, “em horário a ser definido”. “Seus dados estão sendo discutidos por infectologistas, enfermeiros, farmacêuticos, equipes de laboratórios das unidades e do Núcleo de Investigação e Prevenção das Infecções”.
Como o Correio divulgou no último sábado, toda a rede pública e algumas unidades de saúde privadas da capital federal identificaram a presença da superbactéria Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC). São pelo menos 200 pessoas colonizadas, ou seja, que têm a bactéria no organismo, mas não desenvolveram a infecção. Dessas, 107 foram contaminadas. Apesar disso, nenhum serviço médico está interrompido. Em nota, a Anvisa informou que “está monitorando os recentes casos de micro-organismos multirresistentes nos serviços de saúde”. De acordo com a autarquia, as ações de controle são exclusivamente de competência da Secretaria de Saúde, pois o problema está diretamente relacionado à rotina de cada hospital. A 1ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus) do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) investiga o que favoreceu o aumento dos casos. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no DF pediu agilidade na apuração.
Fonte: Correio Braziliense