Eles reclamam de atrasos de dois meses na cesta básica e no tíquete.
DFTrans havia anunciado repasse de R$ 38 mil na semana passada.
Motoristas e cobradores da Cobrataete, que roda em seis regiões administrativas do Distrito Federal, cruzaram os braços na manhã desta quarta-feira (27) para cobrar o pagamento do tíquete e da cesta básica, que estão atrasados há dois meses. Os funcionários já haviam feito paralisação no dia 21 de maio, mas voltaram ao serviço depois de o governo garantir o repasse imediato de R$ 38,6 mil. O DFTrans disse que uma falha no sistema impediu o pagamento na data. A previsão é de que o débito seja feito até sexta-feira.
A cooperativa atende 42 mil pessoas no Varjão, Lago Norte, Lago Sul, Paranoá, Itapoã e Planaltina diariamente. São 140 rodoviários, que trabalham em 42 veículos. Por causa da paralisação, paradas de ônibus amanheceram lotadas nesta quarta.
Diretor do Sindicato dos Rodoviários de Cooperativas, Alex Sandro dos Reis, afirmou que o tíquete custa R$ 418 e a cesta básica, R$ 196. “Decidimos ficar parados porque se não vai ficar pior. Já tem dois meses essa situação. O GDF diz para a gente que pagou, a empresa diz que não recebeu.”
O responsável pelo transporte operacional da cooperativa, Donizete de Sousa, negou que o governo tenha feito o repasse. Ele afirmou que o GDF deve R$ 1,6 milhão à Coopataete e R$ 6 milhões para outras cooperativas. “O GDF está faltando com a verdade. Na última paralisação que fizemos na semana passada eles falaram que iam liberar R$ 38 mil, mas não foi liberado”, disse.
Por volta das 8h, os rodoviários botaram fogos em pneus e fecharam os dois sentidos da DF-250. Equipes do Corpo de Bombeiros foram enviados ao local para apagar o incêndio, enquanto policiais militares negociavam a liberação da via, que ocorreu às 8h30.
Uma cobradora que não quis se identificar afirmou que o administrador regional do Paranoá esteve no protesto para pedir que os manifestantes liberassem a pista. Ela disse que o gestor se comprometeu a fazer um ofício para o secretário de Mobilidade cobrando um encontro com a categoria para discutir a situação.
“Tem quase dois meses que não recebemos. O dono da empresa alega que o governo não fez o repasse, e o governo diz que já pagou, mas no fim das contas fica todo mundo sem receber. Estamos fazendo esse protesto para chamar atenção da nossa situacao”, disse mulher.