Sem novos depoimentos marcados, CPI da Petrobras deve ser encerrada na semana que vem

sem-novos-depoimentos-marcados-cpi-da-petrobras-deve-ser-encerrada-na-semana-que-vemTendência é que relatório final seja apresentado na segunda-feira da próxima semana. Uma eventual prorrogação das investigações depende de uma decisão do Plenário da Câmara.

Diante de uma articulação conjunta entre partidos como PMDB, PP, PSDB e PT, a CPI da Petrobras deve ser encerrada na próxima quinta-feira (22). Para a próxima semana, não estão agendados novos depoimentos e uma eventual prorrogação das investigações depende de uma deliberação do Plenário da Câmara e de uma decisão do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB/RJ). Cunha é contrário à continuidade dos trabalhos da CPI.

Após duas prorrogações, o prazo de encerramento dos trabalhos da CPI expira na próxima sexta-feira (23). Nesta quarta-feira (14), o Fato Online adiantou que parlamentares destes partidos articulam o encerramento dos trabalhos do colegiado, principalmente após o presidente da Câmara ter sido acusado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) de manter contas secretas na Suíça. Cunha teme que a CPI seja usada como palanque aos deputados que defendem o seu afastamento imediato após a descoberta destas contas.

Na sessão desta quarta (14), os parlamentares ouviram, por mais de seis horas, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine. Não estão agendadas novas sessões para ouvir testemunhas ou acusados de participação no esquema de desvios de recursos na estatal. Por isso, para os integrantes da CPI, este foi o último depoimento da CPI.

O relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), afirmou que pedirá a partir desta quinta-feira (15) informações dos sub-relatores da investigação com o intuito de elaborar o seu relatório final. O petista acredita que, com isso, poderá apresentar o resultado dos trabalhos da CPI na próxima segunda-feira (19) à noite, em sessão extraordinária.

Relatório

A ideia do parlamentar carioca é que este relatório seja analisado pelos demais parlamentares na terça e na quarta-feira da próxima semana. Assim, a CPI encerraria os trabalhos na quinta-feira da próxima semana, com a aprovação do  seu relatório-final. “Vamos ser francos. Chegamos a um determinado momento em que temos mais luta política do que investigação [na CPI]. Eu entendo que o palco adequado à luta política é no Plenário da Câmara e não na CPI”, defendeu Luiz Sérgio.

O presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), indicou que também é a favor do encerramento das investigações. “Nós temos que trazer pra CPI o prazo que a CPI tem que obedecer. O prazo que a CPI tem que obedecer na tarde de hoje é o dia 23 de outubro”, disse Motta. Outros parlamentares também se manifestaram oficialmente a favor do encerramento dos trabalhos nesta quinta-feira, entre os quais Carlos Marun (PMDB/MS) e João Gualberto (PSDB-BA).

O deputado Ivan Valente (Psol/SP) ainda tentará uma última cartada para que a CPI não acabe na próxima semana. Ele apresentará, no Plenário da Câmara, um requerimento de urgência para que seja analisado um pedido de prorrogação das investigações por mais 120 dias. Este pedido de prorrogação dos trabalhos é de autoria do deputado Onyx Lorenzoni (DEM/RS).

Ivan Valente ainda vai tentar mais uma prorrogação Cadu Gomes/ObritoNews/Fato Online

No entanto, para que esse requerimento de urgência seja apreciado pelo Plenário da Câmara, ele depende da adesão de vários líderes partidários. Inclusive de partidos como o PMDB, PT, PSDB, DEM que são contra a continuidade das investigações. Além disso, o presidente da Câmara também precisa pautar, em Plenário, esta solicitação do parlamentar paulista até a quinta-feira da próxima semana. Integrantes da CPI afirmam que o próprio Cunha trabalha pelo encerramento dos trabalhos da CPI e que, por isso, ele não deve pautar qualquer tipo de requerimento visando à continuidade dos trabalhos da CPI.

Bendine

Nesta quarta-feira, Bendine  prestou depoimento à CPI da Petrobras na condição de convidado. Em cinco horas de sessão, o presidente da estatal falou sobre os negócios e providências que estão sendo tomadas para evitar novos casos de corrupção.

Segundo Bendine, após o escândalo da Lava-Jato, a Petrobras foi obrigada a revisar a idoneidade de todos os fornecedores. Atualmente, a companhia tem 30 mil fornecedores, destes 12 mil ainda estão ativos e pelo menos 2 mil já passaram por auditorias da Petrobras. Para ele, essa revisão dá “garantias” de que a estatal não estará mais envolvida em novos esquemas de corrupção.

Além disso, Bendine declarou que está em fase de implementação uma espécie de “disque-denúncia” para facilitar a fiscalização sobre novos contratos da estatal. “Qualquer eventual denúncia será analisada e será corrigida”, detalhou Bendine.

O presidente da Petrobras disse que, mesmo diante do escândalo de desvios de recursos, a estatal deve fechar o ano de 2015 com US$ 20 bilhões em caixa. Ele também ressaltou que, nos próximos anos, a empresa deve vender US$ 40 bilhões em ativos para equacionar os desequilíbrios nas contas da estatal. Desequilíbrio que, segundo ele, foi provocado também pela retração do mercado internacional do petróleo.

Fonte: Fato Oline

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