Em palestra em Brasília, o ex-presidente dos EUA Bill Clinton destacou a capacidade do país de produzir alimentos e energia e disse que o mundo precisa de um Brasil bem-sucedido. O país, afirmou, pode ser aliado no combate ao Estado Islâmico.
O ex-presidente norte-americano Bill Clinton avaliou, em palestra que fez na manhã desta quarta-feira (12) em Brasília, que, apesar da crise econômica e política que o Brasil atravessa, a perspectiva de longo prazo para o país é positiva. Na avaliação de Clinton, o desenvolvimento econômico e social que o Brasil teve nos últimos 25 anos, somado aos recursos naturais que o país dispõe, torna o país fundamental para o desenvolvimento global.
“Vocês têm desafios políticos, é verdade. Mas eu acho que há boa chance de que, em cinco anos, vocês estejam se questionando por que se preocuparam tanto”, disse no encerramento do Enai (Encontro Nacional da Indústria), promovido pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Clinton ressaltou a capacidade do Brasil de produzir alimentos e gerar energia, destacando especialmente a chamada “energia limpa” em referência às usinas hidrelétricas e ao potencial de produção do etanol. “As compras de commodities continuam acontecendo, apesar da queda nos preços”, afirmou. “Vocês têm muito mais ativos do que a maioria dos países do mundo”, afirmou. Ele citou também as necessidades nutricionais e de energia do mundo em crescimento como janelas de oportunidade para o Brasil.
O ex-presidente analisou brevemente a política global, tratando de uma divisão de forças “positivas” e “negativas” que operam em diferentes países. Citou como forças positivas os que lutam pelo fortalecimento de democracias no modelo ocidental com propostas de crescimento econômico, tendo como forças antagônicas grupos fundamentalistas, como o do Estado Islâmico, que busca instalar regimes políticos totalitários a pretexto de orientação muçulmana. Para ele, o Brasil tem tudo para exercer um papel de liderança “positiva” nas Américas.
“O mundo precisa de um Brasil bem-sucedido. Os Estados Unidos precisam desesperadamente do seu maior parceiro no continente para construir uma América com democracias que funcionem para combater o fundamentalismo em outras partes do mundo”, prosseguiu.
A palestra do ex-presidente dos Estados Unidos contou com forte aparato de segurança e pedidos da organização para que os presentes no evento não circulassem durante ou imediatamente após o término da palestra. Jornalistas foram obrigados a se credenciar com mais de duas horas de antecedência para cobrir a sua fala, que durou pouco mais de 40 minutos.
Fonte: Fato Online
